domingo, 10 de julho de 2011

Manifesto dos Sussurradores de Poesia

  
Os sons mais característicos do mundo atual são, infelizmente, barulho, ruído.
O que ouvimos inspira a arte contemporânea através de propostas que incorporam, ao sentido da visão, a experiência auditiva. Não raro, essas experiências remetem nos sons da cidade, à velocidade, à dificuldade de comunicação, à superposição de vozes, ao grito... ao incômodo.
         A arte nos diz: o som é uma dimensão que já não sabemos habitar. O silêncio, nossa utopia.
         Há quem diga que os novos sinais de riqueza se mostram através da posse do tempo, do espaço e do silêncio. Os sons nos empobrecem?
         Ainda temos a música e a palavra (bem) falada.
         A palavra ao ouvido – o sussurro – é a nossa escolha. Gostamos deste espaço intermediário entre o som e o silêncio, onde estes extremos se tocam.
         Inspiramo-nos no grupo performático francês Les Souffleurs (literalmente, Os Sopradores), que realiza intervenções em várias cidades do mundo sussurrando fragmentos de textos poéticos e filosóficos no ouvido das pessoas, numa tentativa de “desaceleração do mundo”.
         “Comandos Poéticos” é a performance mais famosa dos Les Souffleurs e foi apresentada na cidade de São Paulo, na Virada Cultural de 2009, quando sussurraram poesia em praças e bibliotecas.
         Como o grupo Les Souffleurs, usamos um tubo para sussurrar os textos. Optamos por reaproveitar tubos de papelão que, na nossa proposta, se tornam um objeto lúdico, belo e que recupera o gosto das brincadeiras simples de antigamente.
         Propomos-nos a usar a poesia como delicado presente, que se leva da boca ao ouvido. Começamos pelas crianças, elas que estão sempre mais atentar e abertas. Brincamos de, por um instante, silenciar o mundo com um poema.
         Aos poucos, vamos incluindo outras gentes que se disponham a interromper a tagarelice do mundo com segundo de poesia.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Considerações finais sobre - Literatura Infantil

Primeiramente, a disciplina de Literatura infantil deveria ser ofertada, na grade, como matéria obrigatória, pois é enriquecedora e contribui bastante para ampliar nossa visão enquanto estudantes de pedagogia e futuras educadoras. 
Nos matriculamos na eletiva, sem saber o que nos aguardava e sem grandes expectativas, saímos com um olhar diferente para aquilo que rotulamos, infelizmente, como leitura para crianças. A literatura infantil não se resume ao universo da criança, pode sim fazer parte da vida de jovens e adultos.
Em suma, se só existisse literatura infantil, o mundo estaria a salvo. Ela trata de todas as questões da vida.

Obs: Agradecemos a, professora, Giselly Lima quer nos orientou e nos ajudou a ter uma visão totalmente fora de esteriótipos sobre a literatura infantil. 

Sussurradores de poesia na UFAL

O projeto, sussurradores de poesia, já vem sendo executado por por um grupo, no qual uma das colaboradoras é nossa professora Giselly Lima. Este projeto deriva de um outro, que é desenvolvido por um grupo Francês, Les Souffleurs (Os sopradores), estes sussurram poesias em praças e bibliotecas.
O encerramento da Eletiva, literatura infantil, foi maravilhoso. Andamos por vários pontos da Universidade, com nosso tubos estilosos, sussurrando poesias nos ouvidos de todos. Muitos achavam que iriamos gritar em seus ouvidos, mas logo viram que realmente se tratava de poesia.
Em suma, acreditamos que essa experiencia contribuiu para o nosso conhecimento poético e para fazer com que as pessoas parem o ritmo acelerado, de suas vidas, e ouçam lindas palavras.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE)

   Falando sobre o PNBE, a professora Giselly Lima, propôs a turma, que fizemos uma visita em alguma escola da rede pública para saber se a escola recebe os acervos literários do PNBE, como eles são trabalhos e qual a relação dos mesmos com os docentes.
   Escolhemos visitar uma escola de Ensino Fundamental I no município de Messias.
   Entrevistamos a diretora da escola que nos afirmou receber o acervo literário do PNBE, só que este ano ainda não recebeu. A princípio os livros eram utilizados pelos alunos e professores sempre que havia necessidade, mas foi percebido pela gestão que por não haver um planejamento prévio das atividades realizadas pelos educadores, os alunos começaram a levarem os livros para casa e não devolverem. Devido a esse episódio os livros foram guardados em uma salinha sem o acesso dos alunos, só sendo utilizado sempre que o professor pedisse, dificultando assim o estímulo a leitura.
   Sendo assim a utilização desse acervo é de inteira responsabilidade do educador e também parte dele estimular o interesse dos alunos pela leituras desse acervo e de outras leituras que venha contribuir para a formação cultural de cada aluno.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE)

O Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) promove o acesso à cultura e o incentivo à formação do hábito da leitura nos alunos e professores por meio da distribuição de acervos de obras de literatura, de pesquisa e de referência. Desde que foi criado, em 1997, o programa vem se modificando e se adequando à realidade e às necessidades educacionais. Sob a gestão do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), tem recursos financeiros originários do Orçamento Geral da União e da arrecadação do salário-educação.
O PNBE atende, em anos alternados, à educação infantil e ao primeiro segmento do ensino fundamental e ao segundo segmento do ensino fundamental e ensino médio. As obras distribuídas incluem textos em prosa (novelas, contos, crônica, memórias, biografias e teatro), obras em verso (poemas, cantigas, parlendas, adivinhas), livros de imagens e livros de histórias em quadrinhos.
O PNBE também fornece um acervo aos professores, com materiais de apoio teórico e metodológico para o trabalho do docente em sala de aula e contribuir como ferramenta para o planejamento de suas aulas.

Critérios de seleção dos livros

Obedecendo ao que foi previsto no edital do PNBE/2008, deveriam ser selecionadas, para cada acervo, obras em cada um dos três agrupamentos seguintes
1.      Textos em verso – poemas, quadras, parlendas, cantigas, travalínguas, adivinhas;
2.      Textos em prosa – pequenas histórias, novelas, contos, crônicas, textos de dramaturgia, memórias, biografias;
3.      Livros de imagens e livros de histórias em quadrinhos, dentre os quais se incluem obras clássicas da literatura universal, artisticamente adaptadas ao público da educação infantil e das séries/anos iniciais do ensino fundamental.
Além de constituir cada acervo com diferentes categorias de livros e diferentes gêneros de textos, os livros também passam pelo critério de qualidade para ser selecionados. São eles:
1.      Qualidade textual: que se revela nos aspectos éticos, estéticos e literários, na estruturação narrativa, poética ou imagética, numa escolha vocabular que não só respeite, mas também amplie o repertório lingüístico de crianças na faixa etária correspondente à Educação Infantil;
2.      Qualidade temática: que se manifesta na diversidade e adequação dos temas, no atendimento aos interesses das crianças, aos diferentes contextos sociais e culturais em que vivem e ao nível dos conhecimentos prévios que possuem;
3.      Qualidade gráfica: que se traduz na excelência de um projeto gráfico capaz de motivar e enriquecer a interação do leitor com o livro: qualidade estética das ilustrações, articulação entre texto e ilustrações, uso de recursos gráficos adequados a crianças na etapa inicial de inserção no mundo da escrita.
Foi ainda critério para constituição dos acervos a seleção, entre as obras consideradas de qualidade, nas três categorias – prosa, verso e imagem –, daquelas que representassem diferentes níveis de dificuldade, de modo a atender a crianças em diferentes níveis de compreensão dos usos e funções da escrita e de aprendizagem da língua escrita, possibilitando formas diferentes de interação com o livro: a leitura autônoma pela criança (de livros só de imagens, de livros em que a imagem predomina sobre o texto, reduzido este a poucas palavras), e a leitura mediada pelo professor.
No site do Ministério da Educação (MEC) podemos ter acesso aos títulos dos acervos disponibilizados pelo PNBE nas escolas da rede pública.

terça-feira, 7 de junho de 2011

A nova Cinderela

    Era uma vez, uma moça que morava num moderno apartamento com sua mãe e seu padrasto. Como filha única, tinha tudo o que desejava e sem esforço algum. Mas, isso não lhe era sufuciente, pois sentia qe sempre faltava algo mas não sabia o que.
    Cinderela adorava se divertir com as amigas. Gostavam de passsear, ir ao shopping, ir ao clube e dançar. Por isso, todo final de semana elas iam á boate.
    Em um dia que poarecia ser como outro qualquer, Cinderela e as amigas foram a boate. Elas dançavam até se acabar na pista, quando de repente um jovem bem elegante esbarrou na Cinderela. Eles se entreolharam e se apaixonararam. O jovem elegante disse:
- Desculpe-me, estava tão distraído que não lhe vi.
- Não, a culpa foi minha. Eu estava procurando minhas amigas e não lhe vi. - Diz Cinderela.
    Os dois conversaram e dançaram a noite inteira. Ao desperdi-se trocaram telefones e combinram de se encontrar em outro lugar.
    No outro dia, na escola com suas amigas, Cinderela contou que conheceu um lindo rapaz e que este ficou de ligar para ela. Porém, ao sair da escola Cinderela esqueceu o celular na cantina.
    Ao chegar emn casa, ela pensou em ligar para  jovem, mas para sua surpresa e desespero, percebeu que o celular sumiu. Aflita, Cinderela procurou o celular por toda a casa, mas foi em vão. Desesperada foi na casa de cada amiga a procura do celular, mas todas deram a mesma resposta.
- Não, não está comigo o seu celular!
    Cinderela voltou para a casa triste por ter perdido o celular, pelo fato de não ter como falar com o jovem pelo qual se apaixonou. Sua mãe ao perceber sua tristeza, fala:
- Filha, o que foi que aconteceu? Você voltou da escola tão animada e de repente ficou assim?
- Ah mãe, aconteceu uma tragédia! - diz a filha quase chorando.
-Tragédia?! O que houve? - diz a mãe preocupada.
- Perdi mei celular. Não sei como, nem onde.
- Menina, isso é tragédia? Isso é uma bobagem. Amanhã compraremos outro. -disse a mãe menosprezando a tristeza da filha.
- Mãe, pra você tudo se resolve facilmente. - resmungou a filha.
    Uma semana depois, Cinderela volta a boate com suas amigas e para sua surpres e felicidade, reencontra o jovem elegante. Eles se aproximaram e a Cinderela foi logo explicando:
- Eu não liguei porque perdi meu celular, não lembro onde o deixei...
 O rapaz bem calmo, entrega a Cinderela uma caixa.
- O que é isso? - pergunta Cinderela sem entender nada.
- Abra que descobrirás -responde o jovem com um largo sorriso.
    Cinderela abre a caixa e fica espantada.
- Meu celular! Como você o encontrou?
- Fiquei ansioso para lhe ver novamente e não aguentei. Fui até a sua escola. Me informaram que você estava na cantina, mas chegando lá você já tinha saído, porém vi que tinha um celular na mesa. Ao olhá-lo, vi que pertencia a você.
    Cinderela não deixou que o jovem continuasse a explicação, foi logo beijando-o. E a partir desse momento os dois não se desgrudaram mais e a cada dia que se passava, o casal ia se apaixonando mais e mais.

Fim!

Autoras:
Aline Coimbra e Elenilda Maria

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Os livros como mestres

“Um texto não apenas se apóia numa competência, mas também contribui para criá-la"      
  Umberto Eco


“Em livros como mestres”, Colomer destaca a importância do contato desde cedo com uma grande variedade de livros, isto porque, o que uma criança pode entender não depende unicamente do desenvolvimento intrínseco de suas capacidades interpretativas, como se estivéssemos tratando do crescimento de uma planta, mas que também está condicionado pelo o que está presente à sua volta e é familiar à sua cultura (p.75).
A autora afirma que o professor precisa compreender que: o leitor mudou, pois este acompanha o avanço da sociedade ocidental; o leitor está em contato direto com uma grande presença de meios audiovisuais; o leitor tornou-se contemporâneo do ponto de vista artístico, ou seja, as crianças estão sujeitas ao conjunto do sistema literário e visual de nossas sociedades.
Pensando nisso, o professor precisa entender que os livros infantis devem resolver dois tipos de dificuldades: em primeiro lugar, a dificuldade do desajuste entre o que as crianças já são capazes de entender oralmente e o que podem ler elas mesmas; em segundo lugar, a dificuldade de que histórias muito simples podem gerar desgosto pelas crianças.
         A literatura do século XXI traz novos temas, novos cenários, novas ações dos personagens, diversos tipos de finais. Há uma ruptura dos tabus temáticos, um domínio da fantasia, do humor, do jogo literário e esse novo universo literário requer atitudes e competências leitoras diferentes dos que eram necessárias anos atrás.
A formação desse futuro leitor certamente enfrente um contexto de enormes contradições e desafios, em meio a tecnologias e resistências do passado, mas cabe principalmente ao professor conscientizar-se como um cidadão leitor e inserido no mundo literário apresentar as portas do saber e da viagem maravilhosa que representa a leitura na vida de todos.


Referência:

COLOMER, Teresa. Os livros como mestres. In: ______ Andar entre livros: a leitura literária na escola. São Paulo: Global, 2007.

sábado, 21 de maio de 2011

O menino que viu uma Coisa

Este Menino deixou de ir à Escola hoje...
Ele queria ir explorar uma casa abandonada que viu no caminho...
O que será que ele vai achar lá dentro?


Todo dia era a mesma coisa. Sua mãe entrava no quarto e dizia:
- Dormindo desse jeito você vai acabar chegando atrasado!
E ele dizia: - Peraí que vou dormir só mais um pouquinho...
Apesar de muito preguiçoso, ele sempre ia para a Escola. Pelo menos era o que ele dizia.



Mas muitas vezes ficava brincando pela rua e não pisava nem lá.
- Nasci para explorar o Mundo e não para estudar - vivia dizendo.
Um dia a caminho da Escola, uma amiga da sua turma lhe disse:
- Dizem que naquele Casarão tem um tesouro escondido.



 - Dizem também que lá tem um mistério, e aquele que resolver ganha o Tesouro.
Pronto, era tudo que ele queria ouvir. Era seu sonho ficar rico sem fazer força. Então planejou:
- Amanhã, ao invés de ir à Escola, vou explorar esse Casarão, pegar o Tesouro e ficar Rico!


No dia seguinte, sua mãe até estranhou ele ter se levantado tão cedo para ir à Aula.
Só que ele não foi. Foi sim, direto para o Casarão. Escondeu sua mochila numa moita ali perto, e devagarinho subiu os degraus até a porta.
Pelo que diziam ninguém morava ali há mais de 150 anos.



Antes de empurrar a porta, ele colocou o ouvido nela para ver se ouvia algum ruído vindo de dentro.
Como nada ouviu resolveu entrar. Ao empurrar a pesada porta, ela fez um barulho que o deixou arrepiado da cabeça aos pés... Quando ela abriu, uma estranah Luz saiu lá de dentro...



Então ele viu uma COISA que não gostaria nunca de ter visto!
Era Uma Criatura Monstruosa, que deu uma gargalhada tão terrivel, que o deixou paralisado.
E aí a Criatura falou:
- Então você gosta de Gazear aulas... Você agora vai morar aqui comigo para sempre...



E a estranha Criatura disse ainda:
- Muitos iguais a você já entraram aqui, e nunca mais sairam. Venha não seja tão acanhado entre...
Ele não sabe como conseguiu se mexer, mas conseguiu...
Então ele deu o maior carreirão da sua vida, e viu que a Criatura correu atrás para pegá-lo...


Ele corria e só ouvia o ruído do Bicho logo atrás dele.
Correu o mais que pode, e entrou numa floresta muito fechada e escura.
- É minha única chance de escapar dele - Pensava aterrorizado.
Então descobriu que estava perdido e já havia anoitecido...


Nesse momento, Ele sentiu que estava sendo observado!
Então viu à sua volta, Olhos ameaçadores olhando para ele de dentro da mata.
Cheio de pavor, pensou na sua Mãe, e muito arrependido disse:
- Nunca mais deixo de ir à Escola! - E deu o maior grito da sua vida.


Foi nesse momento que aconteceu um verdadeiro milagre.
Ele descobriu que estava sonhando e que acabara de acordar...
Pulando de alegria ele disse:
- Então foi tudo um sonho... Foi um sonho para me mostrar que eu estava no caminho errado...



A partir daquele dia, ele nunca mais acordou tarde e nem deixou mais de ir para a Escola.
E todo dia, antes de sair, dava um beijo na sua Mãe e dizia:
- Você é a melhor Mãe do mundo.
início

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Dicas de Leitura

A Pequena Sereia



Chapeuzinho Vermelho


 Pinóquio


Os Três Porquinhos



Dicas de Leitura


Este livrinho de rimas apresenta a patota da pipoca, uma turminha que vive aprontando . Quando ela se reúne, todos ficam de cabelos em pé.


Nesta obra infantil de Ziraldo, verso e desenho contam a história de um menino traquinas que aprontava muita confusão. Alegria da casa, liderava a garotada, era sabido e um amigão. Fazia versinhos, canções, inventava brincadeiras. Tirava dez em todas as matérias, mas era zero em comportamento. Menino maluquinho, diziam. Mas na verdade ele era um menino feliz.



 Escrito em versos, este livro conta a história de uma lagarta muito comilona que estava acabando com todas as folhas da floresta. Reunidos, a Formiga, o Louva-a-deus, o Camaleão e o Caracol decidiram acabar com ela, já que só trazia prejuízo para todos. Mas era primavera e a lagarta tinha desaparecido.





A Bolsa Amarela já se tornou um 'clássico' da literatura infantojuvenil. É o romance de uma menina que entra em conflito consigo mesma e com a família ao reprimir três grandes vontades (que ela esconde numa bolsa amarela)- a vontade de crescer, a de ser garoto e a de se tornar escritora. A partir dessa revelação- po si mesma uma contestação à estrutura familiar tradicional em cujo meio 'criança não tem vontade'- essa menina sensível e imaginativa nos conta o seu dia-a-dia, juntando o mundo real da família ao mundo criado por sua imaginação fértil e povoado de amigos secretos e fantasias.



Parlenda é um jogo de infância que toda criança conhece. Os versinhos podem ser aprendidos em casa ou com os amigos, mas a verdade é que as parlendas são tão antigas que ninguém sabe quem as inventou. Neste livro divertido, Heloisa Prieto reúne algumas das mais conhecidas, como o "Unidunitê", o "Ninho dos mafagafos" e "Batatinha quando nasce", e adiciona à brincadeira outros versinhos de criação própria. Para não deixar ninguém de fora, a autora ainda dá dicas de como inventar uma parlenda para, quem sabe, ouvi-la sendo cantada daqui há muitos e muitos anos.

Numa linguagem simples e despretenciosa, que brinca saborosamente com rimas, cores, nomes e aparências de coisas, todo amplo universo de experiências se torna acessível à criança nos poemas de Lalau.


O livro Menina Bonita do Laço de fita conta a história de um coelhinho bem branquinho que faz de tudo para ficar pretinho como aquela menina do laço de fita que ele acha linda. Mas ele não sabe como a menina herdou aquela cor.


quinta-feira, 28 de abril de 2011

Resumo do texto: O ensino de Estratégias de compreensão leitora - AUTORA: Isabel Solé

O texto aborda as estratégias quem um bom leitor deve adquirir para que possa ter uma maior compreensão do texto. Mas, a autora ressalva que estas estratégias já estão em nosso consciente, pois a medida que vamos lendo estamos adotando uma estratégia de leitura.
A Autora cita as idéias de Valls (1980) que dia que a estratégia tem em comum com todos os demais  procedimentos sua utilidade para regular a atividade das pessoas, a medida que sai aplicação permite selecionar avaliar , permitir ou abandonar determinadas opções para conseguir a meta a que nos propomos.
As estratégias de leitura são procedimentos de ordem elevada que envolvem cognitivo e o metacognitivo , no ensino elas não podem ser tratadas como técnicas precisas, receitas infalíveis ou habilidades especificas.
O ensino de estratégias de compreensão leitora tem três idéias associadas à concepção construtiva. A primeira considera a situação educativa como um processo de construção conjunta entre professores e alunos que podem compartilhar progressivamente significados mais amplos e complexos. A segunda idéia é a consideração de que, nesse processo, o professor exerce uma função de guia, à medida que deve garantir o elo entre a construção que o aluno pretende realizar e as construções socialmente estabelecidas e que se traduzem nos objetivos e conteúdos prescritos pelo currículo em vigor em um determinado momento. A terceira utiliza-se da metáfora do “andaime” para explicar o papel do ensino com relação à aprendizagem do aluno. Assim como os andaimes sempre estão localizados um pouco acima do edifício que contribuem para construir, os desafios o ensino devem estar um pouco além dos que a criança já seja capas de dissolver. As idéias de Collins e Smith (1980) são citadas no texto, onde consta que existem três etapas que podem contribuir para uma compreensão leitora, são elas: Etapas do modelo, o professor serve de modelo para seus alunos mediante sua própria leitura onde o lê em voz alta, comenta as duvidas, lembra o que falava o capítulo anterior. A segunda etapa é a participação do aluno onde ele tem liberdade de perguntar e a terceira é a etapa de leitura silenciosa na qual os alunos realizam sozinhos as atividades que nas fases anteriores, efetuaram com ajuda do professor: adota-se de objetivos de leitura, prever, formular hipóteses, buscar e encontrar apoio para as hipóteses, detectar e compensar falhas de compreensão.
Em suma, as estratégias são importantes para estabelecer uma linha de raciocínio, fazendo que haja um maior entendimento da leitura.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Contos de Fadas

Para as crianças, pouco interesse há em conhecer a origem ou a simbologia dos contos de fada, ou a finalidade de cada um, se são antigos e quanta coisa mais.
A poesia desses contos, nascidas dos mais fortes e primários sentimentos gerais, é a que mais fala e desperta a sensibilidade dos jovens. E nessa poesia de maravilhas e sonho, sob a qual transcorre a ação de personagens tradicionais da mitologia popular, as crianças encontram os seres verdadeiros e os fatos reais de seu dia a dia. É nessa justaposição do maravilhoso poético com realismo doméstico, na mistura do fantástico e da intimidade familiar, que reside todo encanto e atração pela literatura.
Os contos de fadas começam onde a criança se encontra no seu ser psicológico e emocional. Falam de suas pressões internas graves, de um modo que ela inconscientemente compreende, e oferecem exemplos tanto de soluções temporárias quanto permanentes para dificuldades prementes.
As figuras nos contos não são ambivalentes. A convicção de que o crime não compensa é um meio de persuasão muito mais forte do que o castigo, e esta é a razão pela qual nas histórias de fadas a pessoa má sempre perde. Não é o fato de a virtude vencer no final que promove a moralidade, mas do herói se atraente para a criança, que se identifica com ele em todas as suas lutas. 
O conto de fadas oferece materiais de fantasias que sugerem a criança, sob forma simbólica, o significado de toda batalha para conseguir uma auto-realização, e garante um final feliz.

Referência:
Introdução á literatura para Crianças e Jovens - Os contos de fadas

terça-feira, 19 de abril de 2011

Leitura e formação do gosto (por uma pedagogia do desafio do desejo)

Maria Mortatti

Maria do Rosário Longo Mortatti é professora da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP – Marília) e importante pesquisadora da história do ensino da leitura e da escrita no Brasil.

Aprende-se a ler e a gostar de ler, aprende-se a ter satisfação com a leitura; aprende-se a acompanhar modismos de leitura; aprende-se a ter critérios e opiniões de leitura; aprende-se a julgar valores estéticos. A tudo isso se aprende lendo. Dentro e fora da escola.  A necessidade por parte dos alunos é imensa, e é preciso ensinar os alunos a gostar de ler, pois é lendo que se aprende a diversidade.
Podemos pensar que o gosto pela leitura da literatura desempenha importante função de desenvolvimento. É necessário que a aprendizagem signifique um desafio de conhecer o que não se sabe – o novo.
A imitação esta presente em todo processo de aprendizagem, e é dessa maneira que a criança aprende e penetra na vida social, e é dessa maneira que aprende a falar, a interagir no seu grupo, a satisfazer necessidades básicas. Valorizar o aluno e auxiliá-lo. È pela leitura que se conhecem e prendem os conteúdos de ensino; é pela leitura que se conhece e aprende, portanto, também a leitura. O texto literário pode contribuir para a formação do sujeito-leitor porque consegue atuar em zonas profundas, proporcionado a superação de conflitos internos e mobilizando a imaginação para a superação de problemas e de outras ordens. O texto literário lida com necessidades de imaginação e fantasias, onde se criam e se seguem regras voluntárias para satisfação do desejo.
Se o gosto se aprende, pode ser ensinado. Tudo que vem sendo e vai ser dito sobre a leitura da literatura precisa fazer parte da vida do professor.
Significa também que é preciso trazer a leitura para sala de aula para despertar o sabor de ler; que é preciso propiciar com condições para o prazer com satisfação de necessidades, para consciência da moda e do aspecto social da leitura e do gosto. Saber por que o aluno ou professor gosta deste ou daquele tipo de texto é um caminho importante a ser explorado. O professor é, concomitantemente, alguém que participa ativamente desse processo; alguém que ler, estuda, expõe sua leitura e seu gosto, tendo para com o texto a mesma sensibilidade e atitude critica que propõe a seus alunos.
A formação do gosto não se baseia em exercícios escolares de interpretação. É um conhecer para gostar. É um conhecer para agir.



terça-feira, 12 de abril de 2011

Três Tesouros Perdidos

Uma tarde, eram quatro horas, o sr. X… voltava à sua casa para jantar. O apetite que levava não o fez reparar em um cabriolé que estava parado à sua porta. Entrou, subiu a escada, penetra na sala e… dá com os olhos em um homem que passeava a largos passos como agitado por uma interna aflição.
Cumprimentou-o polidamente; mas o homem lançou-se sobre ele e com uma voz alterada, diz-lhe:
— Senhor, eu sou F…, marido da senhora Dona E…
— Estimo muito conhecê-lo, responde o sr. X…; mas não tenho a honra de conhecer a senhora Dona E…
— Não a conhece! Não a conhece! … quer juntar a zombaria à infâmia?
— Senhor!…
E o sr. X… deu um passo para ele.
— Alto lá!
O sr. F… , tirando do bolso uma pistola, continuou:
— Ou o senhor há de deixar esta corte, ou vai morrer como um cão!
— Mas, senhor, disse o sr. X…, a quem a eloqüência do sr. F… tinha produzido um certo efeito, que motivo tem o senhor?…
— Que motivo! É boa! Pois não é um motivo andar o senhor fazendo a corte à minha mulher?
— A corte à sua mulher! não compreendo!
— Não compreende! oh! não me faça perder a estribeira.
— Creio que se engana…
— Enganar-me! É boa! … mas eu o vi… sair duas vezes de minha casa…
— Sua casa!
— No Andaraí… por uma porta secreta… Vamos! ou…
— Mas, senhor, há de ser outro, que se pareça comigo…
— Não; não; é o senhor mesmo… como escapar-me este ar de tolo que ressalta de toda a sua cara? Vamos, ou deixar a cidade, ou morrer… Escolha!
Era um dilema. O sr. X… compreendeu que estava metido entre um cavalo e uma pistola. Pois toda a sua paixão era ir a Minas, escolheu o cavalo.
Surgiu, porém, uma objeção.
— Mas, senhor, disse ele, os meus recursos…
— Os seus recursos! Ah! tudo previ… descanse… eu sou um marido previdente.
E tirando da algibeira da casaca uma linda carteira de couro da Rússia, diz-lhe:
— Aqui tem dois contos de réis para os gastos da viagem; vamos, parta! parta imediatamente. Para onde vai?
— Para Minas.
— Oh! A pátria do Tiradentes! Deus o leve a salvamento… Perdôo-lhe, mas não volte a esta corte… Boa viagem!
Dizendo isto, o sr. F… desceu precipitadamente a escada, e entrou no cabriolé, que desapareceu em uma nuvem de poeira.
O sr. X… ficou por alguns instantes pensativo. Não podia acreditar nos seus olhos e ouvidos; pensava sonhar. Um engano trazia-lhe dois contos de réis, e a realização de um dos seus mais caros sonhos. Jantou tranqüilamente, e daí a uma hora partia para a terra de Gonzaga, deixando em sua casa apenas um moleque encarregado de instruir, pelo espaço de oito dias, aos seus amigos sobre o seu destino.
No dia seguinte, pelas onze horas da manhã, voltava o sr. F… para a sua chácara de Andaraí, pois tinha passado a noite fora.
Entrou, penetrou na sala, e indo deixar o chapéu sobre uma mesa, viu ali o seguinte bilhete:
“Meu caro esposo! Parto no paquete em companhia do teu amigo P… Vou para a Europa. Desculpa a má companhia, pois melhor não podia ser. — Tua E…”
Desesperado, fora de si, o sr. F… lança-se a um jornal que perto estava: o paquete tinha partido às oito horas.
— Era P… que eu acreditava meu amigo… Ah! maldição! Ao menos não percamos os dois contos! Tornou a meter-se no cabriolé e dirigiu-se à casa do sr. X…, subiu; apareceu o moleque.
— Teu senhor?
— Partiu para Minas.
O sr. F… desmaiou.
Quando deu acordo de si estava louco… louco varrido!
Hoje, quando alguém o visita, diz ele com um tom lastimoso:
— Perdi três tesouros a um tempo: uma mulher sem igual, um amigo a toda prova, e uma linda carteira cheia de encantadoras notas… que bem podiam aquecer-me as algibeiras!…
Neste último ponto, o doido tem razão, e parece ser um doido com juízo.
***
Conto de Machado de Assis
Conto originalmente publicado em A Marmota (1858)

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Monteiro Lobato


A 18 de abril de 1882 em Taubaté, estado de São Paulo, nasce o filho de José Bento Marcondes Lobato e Olímpia Augusta Monteiro Lobato. Recebe o nome de José Renato Monteiro Lobato, que por decisão própria modifica mais tarde para José Bento Monteiro Lobato desejando usar uma bengala do pai gravada com as iniciais J. B. M. L.
Lobato escreveu obras de grande imaginação que se tornaram populares entre o público de todas as idades, fazendo a alegria de todos. Grande nacionalista preocupava-se com os problemas do país e o futuro deste tendo escrito além de ficção e várias outras sobre questões sociais, econômicas e políticas como Choque das Raças e Urupês.
Valendo-se de uma linguagem simples onde realidade e fantasia fundem-se, tornou-se o precursor da literatura infantil no Brasil. Sua obra mais famosa, Sítio do Pica Pau Amarelo, mostra um universo mágico em que os problemas do Brasil são tratados de forma metafórica ganhando uma versão para a televisão na década de 1970 que encanta crianças até hoje. È nesse cenário que se desenvolve grande parte da obra infantil de Lobato, tendo Emília, Visconde de Sabugosa, Dona Benta, Tia Nastácia, Pedrinho, Narizinho, Saci e Cuca como personagens principais.

O orgulhoso

Monteiro Lobato



Era um jequitibá enorme, o mais importante da floresta.  Mas orgulhoso e gabola.  Fazia pouco das árvores menores e ria-se com desprezo das plantinhas humildes.  Vendo a seus pés uma tabua disse:
          — Que triste vida levas, tão pequenina, sempre à beira d’água, vivendo entre saracuras e rãs…  Qualquer ventinho te dobra.  Um tisio que pouse em tua haste já te verga que nem bodoque.  Que diferença entre nós! A minha copada chega às nuvens e as minhas folhas tapam o sol.  Quando ronca a tempestade, rio-me dos ventos e divirto-me cá do alto a ver os teus apuros.
          — Muito obrigada! Respondeu a tabua ironicamente.  Mas fique sabendo que não me queixo e cá à beira d’água vou vivendo como posso.  Se o vento me dobra, em compensação não me quebra e, cessado o temporal, ergo-me direitinha como antes.  Você, entretanto…
          — Eu, que?
          — Você jequitibá tem resistido aos vendavais de até aqui; mas resistirá sempre?  Não revirará um dia de pernas para o ar?
          — Rio-me dos ventos como rio-me de ti, murmurou com ar de desprezo a orgulhosa árvore.
          Meses depois, na estação das chuvas, sobreveio certa noite uma tremenda tempestade.  Raios coriscavam um atrás do outro e o ribombo dos trovões estremecia a terra.  O vento infernal foi destruindo tudo quanto se opunha à sua passagem.
          A tabua, apavorada, fechou os olhos e curvou-se rente ao chão.  E ficou assim encolhidinha até que o furor dos elementos se acalmasse e uma fresca manhã de céu limpo sucedesse aquela noite de horrores.  Ergueu, então, a haste flexível e pode ver os estragos da tormenta.  Inúmeras árvores por terra, despedaçadas, e entre as vítimas o jequitibá orgulhoso, com a raizana colossal à mostra…
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Em:  Criança Brasileira, Theobaldo Miranda Santos, Quarto Livro de Leitura: de acordo com os novos programas do ensino primário.  Rio de Janeiro, Agir: 1949.