“Um texto não apenas se apóia numa competência, mas também contribui para criá-la"
Umberto Eco
“Em livros como mestres”, Colomer destaca a importância do contato desde cedo com uma grande variedade de livros, isto porque, o que uma criança pode entender não depende unicamente do desenvolvimento intrínseco de suas capacidades interpretativas, como se estivéssemos tratando do crescimento de uma planta, mas que também está condicionado pelo o que está presente à sua volta e é familiar à sua cultura (p.75).
A autora afirma que o professor precisa compreender que: o leitor mudou, pois este acompanha o avanço da sociedade ocidental; o leitor está em contato direto com uma grande presença de meios audiovisuais; o leitor tornou-se contemporâneo do ponto de vista artístico, ou seja, as crianças estão sujeitas ao conjunto do sistema literário e visual de nossas sociedades.
Pensando nisso, o professor precisa entender que os livros infantis devem resolver dois tipos de dificuldades: em primeiro lugar, a dificuldade do desajuste entre o que as crianças já são capazes de entender oralmente e o que podem ler elas mesmas; em segundo lugar, a dificuldade de que histórias muito simples podem gerar desgosto pelas crianças.
A literatura do século XXI traz novos temas, novos cenários, novas ações dos personagens, diversos tipos de finais. Há uma ruptura dos tabus temáticos, um domínio da fantasia, do humor, do jogo literário e esse novo universo literário requer atitudes e competências leitoras diferentes dos que eram necessárias anos atrás.
A formação desse futuro leitor certamente enfrente um contexto de enormes contradições e desafios, em meio a tecnologias e resistências do passado, mas cabe principalmente ao professor conscientizar-se como um cidadão leitor e inserido no mundo literário apresentar as portas do saber e da viagem maravilhosa que representa a leitura na vida de todos.
Referência:
COLOMER, Teresa. Os livros como mestres. In: ______ Andar entre livros: a leitura literária na escola. São Paulo: Global, 2007.